Setembro Amarelo: grupo trata de mulheres com sofrimento psíquico

 Setembro Amarelo: grupo trata de mulheres com sofrimento psíquico

Na capital o cuidado da saúde mental começa nas Unidades Básicas de Saúde

Após passar por uma experiência traumática, a professora aposentada Maria da Conceição Campanha acabou entrando em depressão. Ainda sem saber desse diagnóstico, em 2021 ela foi à Unidade Básica de Saúde (UBS) Veleiros, na zona sul da capital, buscando tratamento para o que imaginou ser hipertensão. Mas, durante a consulta com o clínico geral, relatou outros sintomas, o que levantou a suspeita de um quadro depressivo.

Maria foi, então, encaminhada ao psicólogo e ao psiquiatra da unidade, que confirmaram o diagnóstico e iniciaram o tratamento. Entre as opções terapêuticas, foi indicado que Maria participasse do Grupo de Mulheres, que estava sendo criado com o objetivo de promover um espaço de escuta seguro para mulheres em sofrimento psíquico.

“O grupo me fortaleceu, me mostrou que eu não estava sozinha. Consegui me abrir, me relacionar melhor e fez muito bem”, diz Maria, que hoje tem as companheiras de terapia num grupo de WhatsApp intitulado “Mulheres Superpoderosas”: “A gente vai crescendo, vai conversando, trocando, e as lágrimas vão se transformando em sorrisos.”

O grupo, idealizado pela terapeuta ocupacional Luciana Satiko Morita pela assistente social Aline Ramalho, conta hoje com 18 participantes: “Tudo começou com o atendimento individual de mulheres que traziam questões de sofrimento psíquico, mas, com o tempo, notou-se um crescimento da demanda, o que levou à criação do grupo”, explica Aline.

A campanha Setembro Amarelo, focada na prevenção ao suicídio, parte do incentivo ao cuidado com a saúde mental.  "Um espaço seguro e guiado por profissionais é essencial para o acolhimento da dor e a reconstrução de um sentido para a vida. Esse tipo de vínculo pode ser o primeiro passo para interromper o ciclo do silêncio e do isolamento, que são grandes fatores de risco para o suicídio", explica a terapeuta ocupacional Gilsa Aparecida Souza Pedrosa, que hoje é uma das responsáveis pelo grupo.

Depois de mais de três anos recebendo suporte e cuidado na UBS, Maria reconhece o impacto desse processo na sua saúde mental: “Terapia deveria ser obrigatório igual vacina”, brinca.

Rede de atenção à saúde mental

A porta de entrada para o Sistema Único de Saúde (SUS) na capital são as 479 UBSs, que além do acolhimento e atendimento em saúde mental, investem em promoção da saúde, com múltiplas atividades, em sua maior parte em grupos, que se reúnem para fazer atividades físicas, receber orientações sobre nutrição, desenvolver práticas integrativas e complementares em Saúde (Pics) como por exemplo a Terapia Comunitária Integrativa (TCI), entre outras, que contribuem para combater o sofrimento mental, inclusive porque promovem encontros, vivências e trocas.

Além das UBSs, a Rede de Atenção Psicossocial (Raps) da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) é composta 103 Centros de Atenção Psicossocial (Caps), que atendem cidadãos que convivem com transtornos mentais graves e persistentes incluindo as necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas. Nestes equipamentos, que não necessitam de agendamento ou encaminhamento prévio, eles são acolhidos por equipes multiprofissionais compostas por terapeutas ocupacionais, enfermeiros, psicólogos e médicos psiquiatras. Atualmente, a capital conta com 34 Caps da modalidade Infantojuvenil (IJ), 34 para atendimento à população adulta e 35 do tipo Álcool e Drogas (AD), sendo que sete unidades foram entregues desde 2021.

Neste ano, até julho, foram realizados 176.344 atendimentos por profissionais de psicologia nas UBSs, e 172.147 atendimentos por psiquiatras; nos Caps, no mesmo período, foram realizados 43.791 acolhimentos iniciais, e 4.009 atendimentos com hipótese diagnóstica principal na categoria F10 – transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de álcool.

A população pode encontrar o serviço mais próximo por meio da plataforma Busca Saúde.

Fonte: https://prefeitura.sp.gov.br/web/saude/w/setembro-amarelo-grupo-trata-de-mulheres-com-sofrimento-ps%C3%ADquico

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