Agosto Indígena conscientiza população com programação cultural sobre os índios na Capital
Agosto Indígena conscientiza população com programação cultural sobre os índios na Capital
Programação tem início em hoje, Dia Internacional dos Povos Indígenas, e segue até o final do mês com mostra de cinema, graffitaço, exposição fotográfica e muito mais
A Prefeitura de São Paulo, por meio das secretarias municipais de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC) e da Cultura (SMC) promove a partir de hoje, Dia Internacional dos Povos Indígenas, o Agosto Indígena com o objetivo de conscientizar a população sobre o tema. A cidade possui, atualmente, 13 mil indígenas que vivem em diversos bairros da capital. Dentre as ações que serão realizadas durante o mês estão grafittaço no Jaraguá, apresentações de culturas tradicionais indígenas e mostra de cinema.
A iniciativa intersecretarial, promovida pela Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC), por meio da sua Coordenação dos Povos Indígenas, com a Secretaria Municipal da Cultura (SMC), realiza ainda a mostra cultural "Povos Indígenas", que conta com 11 filmes e três cine debates, selecionados com a curadoria do Cine Debate e do Instituto Goiano de Pré-história e Antropologia da PUC Goiás. Todos os filmes ficarão disponíveis durante 3 meses na plataforma da SP Cine, até novembro. O evento terá apresentações de danças e culturas tradicionais de indígenas do município de São Paulo.
“Temos uma dívida enorme com nossos povos originários, que muito influenciam nossa cultura. Quando andamos pela cidade nos deparamos com diversos nomes de origem indígena o que dá uma ideia do quanto estas culturas estão presentes na nossa cidade”, afirma a secretária Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Claudia Carletto. Basta uma volta pelo centro para constatar nomes como Anhangabaú, Paissandu e Cambuci, que são de origem Guarani. “Muitas vezes não nos damos conta dessa influência, mas ela é parte de nós mesmos. É importante celebrar e preservar a cultura, e a resistência desses povos para o despertar nossa consciência e garantir seus direitos como cidadãos”, conclui a secretária.
No início de agosto foi realizado um graffitaço no entorno da reserva indígena, Tekoa Pyau, na Vila Jaraguá. A ação finalizou o projeto iniciado na Virada Cultural 2020, reunindo artistas indígenas e não indígenas, que realizaram pinturas coletivas de painéis artísticos.
Ainda dentro da programação do Agosto Indígena, a SMDHC promove a exposição “Mulheres Indígenas”, com retratos de mulheres paulistanas que vivem na Aldeia Tekoa Ytu, remanescentes do povo indígena Tupi, na Vila Jaraguá. A exposição ficará aberta para visitação no Shopping Light, de hoje a 30 de agosto. As 22 imagens expostas ao público são registros do evento “Beleza Indígena”, promovido pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), que atua na aldeia por meio da área de Atenção Básica.
População indígena
Segundo o IBGE, 13 mil indígenas vivem no município, sendo 3 mil em 13 aldeias mapeadas, do povo Guarani, e os demais em contexto urbano, de diferentes etnias. No mundo inteiro, os indígenas representam 5% da população, mas se encontram entre os 15% mais pobres. O povo indígena enfrenta uma série de desafios como a desvantagem educacional, o desemprego e a pressão para assumir uma cultura que não é a sua, além da realocação forçada, a violência baseada em gênero e outras formas de discriminação.
O Dia Internacional dos Povos Indígenas foi instituído pela Unesco – agência das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, em dezembro de 1994 e celebrado pela primeira vez em 1995. A data marca o primeiro dia do Grupo de Trabalho para as Populações Indígenas da Subcomissão para a Promoção dos Direitos Humanos da Nações Unidas, ocorrida em 1982.
A Coordenação dos Povos Indígenas da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania foi criada em 2020, sob a coordenação de Noel Villas Boas. “Construímos toda a programação do evento lado a lado com a população indígena da cidade de São Paulo, para apresentar de maneira fiel e respeitosa essa cultura tão rica que é parte fundamental da capital paulista”, afirma. Até então, as questões relativas à política indigenista no município eram conduzidas pela Coordenação de Promoção da Igualdade Racial.
SERVIÇO
Agosto Indígena 2021
De 09 a 31 de agosto
Evento de Abertura do Agosto Indígena
Quando: 9 de agosto, às 19h
Onde: redes sociais das Secretarias Municipais de Direitos Humanos e Cidadania (Facebook e YouTube) e da Cultura (Facebook)
Com Apresentações de danças e culturas tradicionais de indígenas do município de São Paulo (Guarani, Fulniô, Pankararé, Kariri Xoxó, Pankararu).
Apresentações Culturais: os Povos Indígenas da cidade de São Paulo (Guarani, Fulni-ô, Pankararé, Kariri Xoxó, Pankararu) realizam apresentações culturais para demonstrar que indígenas, aldeados ou vivendo em contexto urbano, mantém suas identidades e não deixam sua cultura de lado, permanecendo na luta pelos seus direitos, dentro e fora das aldeias.
- Fulni-ô povos originário de águas belas Pernambuco: O tore é a dança onde se fortalecer nossa cultura indígena pra difundir o conhecimento de povos indígenas diferentes.
- Kariri xoco: povos indígenas de Porto Real de colégio de Alagoas
- Pankararé povos indígenas do estado da Bahia Paulo Afonso
Cinedebates
Quando: as quintas-feiras, às 19h
Onde: canais de Facebook e YouTube da SMDHC
Curadoria: Thaís Gregório
Programação:
12/08
Tema: Produção audiovisual indígena
Palestrantes: Hugo Funi-ô, Vicent Carelli e Takumã Kuikuro
19/08
Tema: Feminismo Comunitário
Palestrantes: Tamikuã Txihi, Adriana Lima e Julieta Paredes
26/08
Tema: Demarcação e disputas territoriais
Palestrantes: Thiago Guarani, Marcia Mura e Marília Cyrne
Realizadores e filmes em exibição
*Todos os filmes ficarão disponíveis durante toda a duração da mostra e por 3 meses na plataforma da SP Cine
Coletivo Fulni-ô de Cinema:
O Coletivo Fulni-ô de Cinema surgiu em 2010, numa iniciativa da ONG Vídeos nas Aldeias, do cineasta Vincent Carelli, e professores indígenas Fulni-ô residentes na aldeia. Hoje, com vários documentários já produzidos, o coletivo segue seus objetivos de registro, através dos recursos audiovisuais das vivências históricas e abordagem do cotidiano Fulni-ô em sua essência.
Filmes que serão apresentados:
• Txhleka Fale Comigo;
• Mulheres Fulni-ô na Pandemia;
• Guardiões de um Tesouro Linguístico.
Adrian Cowell:
A produção de Cowell, documentarista chinês, se destaca pelas análises políticas com que as realidades são retratadas. Com aguda visão, o documentarista foi capaz de suscitar o debate a respeito da política indigenista brasileira no exterior, fazendo com que o mundo voltasse seus olhos à situação dos indígenas brasileiros. Esses documentários contribuem para o debate político e cultural que envolve a Amazônia e constituem a memória dos povos da floresta.
Filmes que serão apresentados:
• Return from Extinction (Fugindo da Extinção);
• The Heart of the Forest (O Coração da Floresta);
• The Path to Extinction (Caminho para a Extinção);
• The Kingdom in the Forest (Reinado na Floresta);
• The Blazing of the Trail (O Caminho do Fogo).
Takumã Kuikuro:
Takumã Kuikuro é cineasta, membro da aldeia indígena Kuikuro, e atualmente vive na aldeia Ipatse, no Parque Indígena do Xingu. Dirigiu o documentário As hiper mulheres (2011), junto a Leonardo Sette e Carlos Fausto. Teve filmes premiados em festivais como os de Gramado e Brasília, e no Presence Autochtone de Terres em Vues, em Montréal. Em 2017, recebeu o prêmio honorário Bolsista da Queen Mary University London. E foi, em 2019, o primeiro jurado indígena do Festival de Cinema Brasileiro de Brasília.
Filmes que serão apresentados:
• Plantando Futuro;
• Apicultura do Povo Matipu;
• Canoa Tradicional.
Exposição Mulheres Indígenas
De 09 a 30 de agosto
Local: Shopping Light (Rua Coronel Xavier de Toledo, 23 – 3º Piso), de 9 à 30 de agosto
Horário: de segunda a sábado, das 10h às 21h; e aos domingos, das 12h às 18h
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