Dia Nacional da Luta da População em Situação de Rua: reafirmando o compromisso de São Paulo com os mais vulneráveis
Dia Nacional da Luta da População em Situação de Rua: reafirmando o compromisso de São Paulo com os mais vulneráveis

Por: Giulia Rodrigues
Cada pessoa carrega mais do que vemos: São histórias, memórias e sonhos. O Dia Nacional da Luta da População em Situação de Rua é mais do que uma data no calendário, é um marco de resistência e afirmação de direitos.
A criação desta data é inspirada pelo “Massacre da Sé”, ocorrido em 2004, entre os dias 19 e 22 de agosto, sendo um dos episódios mais violentos vivenciados pela população em situação de rua. Naquela ocasião, 15 pessoas que dormiam na Praça da Sé, na região central da cidade, foram brutalmente atacadas na calada da noite. Em memória a esse terrível acontecimento, o Congresso Nacional instituiu o dia 19 de agosto como o Dia Nacional da Luta da População em Situação de Rua.
Ao longo dos anos, a Prefeitura de São Paulo tem estruturado uma ampla rede socioassistencial, com serviços de acolhimento e convivência para pessoas em situação de rua, que buscam garantir proteção, cuidado e suporte para que os atendidos trilhem caminhos de reconstrução em suas vidas e reconquistem a autonomia e protagonismo social.
Dentre tantas trajetórias que mostram a importância e o impacto dos serviços da rede socioassistencial, a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) apresenta, na prática, um exemplo de que a situação de rua pode ser superada. Um desses recomeços é a história de Lucas Amaral. Ele esteve em situação de rua em 2015, foi acolhido no Centro de Acolhida (CA) Nova Vida, na Barra Funda, e hoje atua como assessor técnico na SMADS.
Lucas Amaral posa para a foto durante a entrevista - Foto: Giulia Rodrigues/SMADS
“Eu era muito novo, morava no Mato Grosso do Sul e vim para São Paulo depois de sofrer uma decepção amorosa. Chegando aqui, não tive para onde ir e fiquei em situação de rua. As equipes do Serviço Especializado de Assistência Social (SEAS) me abordaram e perceberam que eu estava com fome, então me encaminharam para o Núcleo de Convivência para Adultos em Situação de Rua do Complexo Boracéa”, contou.
O Complexo abriga diversos serviços, incluindo o Centro de Acolhida (CA) Oficina Boracéa, CA Barra Funda I, CA Barra Funda II e o CA Nova Vida, além do Centro de Acolhida Especial (CAE) Convalescença Boracéa, destinado a indivíduos em fase de recuperação. Lá, Lucas conheceu Ivone Nascimento, assistente social do CA Nova Vida, que viu nele o desejo de mudança de vida. “Eu conheci o Lucas muito novo e não entendia por que ele estava nessa situação. Falei a ele que daria uma vaga fixa de acolhimento no CA, desde que cumprisse algumas condições que eu iria impor”, disse Ivone.
Lucas e Ivone se reencontraram no CA Nova Vida – Foto: Giulia Rodrigues/SMADS
Dentre as determinações, a assistente social pediu que ele voltasse a estudar, participasse das ações coletivas do equipamento e buscasse emprego. A equipe do serviço foi avisada de que havia uma vaga aberta como agente de saúde para atuar nos ‘Consultórios na Rua’, da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Ivone enviou os documentos de Lucas, que foi aprovado em todas as etapas. A partir daí, ele abraçou todas as oportunidades que vieram. “Eu tinha vários preconceitos comigo mesmo, mas, a partir do momento em que tive uma escuta verdadeira, tudo mudou, e acho que isso foi o mais importante para mim. As pessoas que estiveram no meu caminho durante toda essa trajetória me transformaram no Lucas que sou hoje. Às vezes penso em tudo que conquistei e isso me emociona, porque só quem já esteve na rua sabe o quanto é difícil reconhecer que precisamos de ajuda”, finalizou.
Fonte: https://prefeitura.sp.gov.br/web/assistencia_social/w/dia-nacional-da-luta-da-popula%C3%A7%C3%A3o-em-situa%C3%A7%C3%A3o-de-rua-reafirmando-o-compromisso-de-s%C3%A3o-paulo-com-os-mais-vulner%C3%A1veis
Comentários
Postar um comentário